DESFECHO
"Não tenho mais palavras. Gastei-as a negar-te... (Só a negar-te eu pude combater O terror de te ver Em toda a parte.) Fosse qual fosse o chão da minha caminhada, Era certa a meu lado A divina presença impertinente Do teu vulto calado E paciente... E lutei, como luta um solitário Quando alguém lher perturba a sua solidão. Fechado num ouriço de recusas, Soltei a voz, arma que tu não usas, Sempre silencioso na agressão. Mas o tempo moeu na sua mó O joio amargo do que te dizia... Agora somos dois obstinados, Mudos e malogrados, Que apenas vão a par na teimosia."
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