domingo, 31 de outubro de 2010

Democracia Participativa

Democracia Participativa: "– Enviado através da Barra de ferramentas do Google"

domingo, 12 de setembro de 2010

«PLATAFORMA CÍVICA EM DEFESA DE UM NOVO HOSPITAL PEDIÁTRICO PARA LISBOA

Ministra da Saúde recebe 5ª feira às 15.30 h a Plataforma Cívica em Defesa de Um Novo Hospital Pediátrico para Lisboa Chegado por e-mail: A Plataforma Cívica em Defesa do Património do Hospital de Dona Estefânia e de um Novo Hospital Pediátrico para Lisboa, após 2 anos de insistentes pedidos, vai ser recebida no Ministério da Saúde pela DrªAna Jorge no próximo dia 9 de Setembro às 15.30 h.
Esta reunião, vem na sequência de cerca de 2 anos de acções de sensibilização da Plataforma Cívica que tem como um dos mentores o Professor António Gentil Martins e é constituída por médicos pediatras e de outras especialidades ligadas à criança, técnicos de saúde, pais e cidadãos preocupados com o futuro dos cuidados de saúde prestados às crianças da Área Metropolitana de Lisboa e Sul do país, face à intenção do Governo de proceder ao encerramento do Hospital Pediátrico de Lisboa (Hospital de Dona Estefânia) e "substituí-lo" por um simples serviço de pediatria inserido num hospital de adultos a construir na zona de Chelas, num retrocesso técnico e civilizacional sem precedentes.
Esta atitude discricionária para as crianças de Lisboa, contrariando a tendência no mundo civilizado, contrasta com a politica do próprio ministério que vai inaugurar a muito breve prazo o novo Hospital Pediátrico de Coimbra e se bate vigorosamente com a autarquia do Porto para ai se poder também construir um novo hospital pediátrico, para além da já anunciada construção de um segundo hospital pediátrico no Porto em estreita relação com o Hospital de São João.
Neste período foi possível constatar muitos apoios à causa das crianças de Lisboa e do seu hospital pediátrico e contra a assistência à criança integrada num dos departamentos do hospital geral de Chelas que hipotecaria, por várias gerações, a qualidade dos cuidados prestados à maioria das crianças e adolescentes, em especial os portadores de doenças mais graves ou complexas. Entre os factos mais significativos, destacamos:
- Petição púbica ao Presidente da República com mais de 76.000 assinaturas.
- Petição pública à Assembleia da Republica com mais de 6.000 assinaturas
- Apoio expresso em Plenário da maioria dos partidos da Assembleia da República (excepto PS) - A unanimidade da Comissão de Saúde da AR (incluindo o PS) expressa no seu relatório sobre o tema.
- Apoio expresso da maioria das forças políticas representadas na Câmara Municipal de Lisboa - Apoio expresso de Juntas de Freguesia do Concelho de Lisboa
- Votação favorável de 96,1% dos profissionais do Hospital de Dona Estefânia num inquérito anónimo em urna efectuado por entidade independente
- Apoio de inúmeras personalidades da sociedade civil respeitadas em várias áreas da ciência e da protecção à criança
- A Assembleia Municipal de Lisboa - aprovando por unanimidade a moção favorável ao desenvolvimento de um novo Hospital Pediátrico autónomo de Lisboa - A Secção Sul da Ordem do Médicos
A manter-se, a decisão anunciada do Ministério da Saúde terá claros prejuízos para a investigação e tratamento de doenças específicas do foro infantil, colocando ainda em risco toda a lógica de tratamento e atendimento dedicado à criança, que só um novo hospital pediátrico autónomo poderá garantir. Seria um erro que, cometido agora, perduraria por gerações e gerações de crianças.
Estamos convictos que as autoridades portuguesas sabem bem que as crianças não são adultos em miniatura, que têm necessidades próprias e direitos inalienáveis, e que, seguramente, serão sensíveis à necessidade de termos um novo Hospital para crianças, em Lisboa, autónomo, tecnologicamente evoluído, com profissionais especializados, e inteiramente dedicados ao apoio aos seus problemas globais, físicos e espirituais, preferencialmente localizado junto ao novo Hospital Geral, a construir em Marvila. A Medicina não pode limitar-se à técnica mas nela é essencial o ambiente humano e neste caso o imprescindível "ambiente pediátrico" típico dos hospitais dedicados asa crianças.
Ao invés do Ministério da saúde, a Plataforma Cívica defende dois objectivos essenciais: 1 - Por um lado, reconhece a necessidade de projectar uma nova infra-estrutura para o futuro, pugnar pela criação de um novo hospital pediátrico autónomo e exclusivamente dedicado aos cuidados à criança, ainda que fisicamente perto de um grande hospital de adultos na Capital. Defende pois um novo Hospital moderno e AUTÓNOMO, tecnologicamente evoluído e com profissionais especializados, dedicados ao apoio aos problemas globais (físicos e psico-emocionais) das crianças. Esse novo hospital deveria, em homenagem à visão inovadora da Rainha D.ª Estefânia e à identificação do colectivo da população com os valores da sua cidade, continuar a chamar-se de "Hospital de Dona Estefânia".
2 - A Manutenção do espaço onde funciona o actual Hospital de Dona Estefânia, como um espaço dedicado à criança, à promoção da sua condição especial, às suas instituições de protecção e até à prestação de cuidados e tratamentos a crianças com doenças crónicos ou deficiências, mantendo-se assim os objectivos que presidiram à doação dos terrenos.»

domingo, 5 de setembro de 2010

Assunto: Ficha de inscrição para o Congresso do Associativismo e da Democracia Participativa

É já em 13 e 14 de Novembro próximo, em LISBOA! É um congresso organizado por associações para associações, para discutir preocupações e estratégias comuns , nesta altura em que a vida de muitas associações está tão complicada. A inscrição individual é de 5€ e de 1 associação (com direito a 2 pessoas) 10 € Inscrevam-se!
E divulguem, por favor
Decorrerá nas instalações do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Av.ª das Forças Armadas, 1649-026 Lisboa, nos dias 13 e 14 de Novembro próximo.
Torna-se fundamental, neste momento, começar a reunir as inscrições das associações e cidadãos, não só para se organizar toda a logística inerente como também para potenciar ao máximo a mobilização para o Congresso.
Para o efeito, remete-se a ficha de inscrição em anexo, que podem imprimir e enviar ou pelo correio para AJD, Lugar da Igreja, 4905-254 Deão ou por email para associativismo.cidadao@gmail.com anexando em ambos os casos o comprovativo do pagamento da inscrição.
A data de inscrição termina a 29 de Outubro.
Estas informações encontram-se também no blog movimentodoassociativismo.blogspot.com Aguardamos a vossa inscrição, assim como, a divulgação desta iniciativa.

domingo, 15 de agosto de 2010

TERRA LIVRE: O Fogo Varreu o Pico do Areeiro (Madeira) - 2

TERRA LIVRE: O Fogo Varreu o Pico do Areeiro (Madeira) - 2: "Domingo, 15 de Agosto de 2010 O Fogo Varreu o Pico do Areeiro (Madeira) - 2 Caros Amigos / Caríssimas Amigas, Quando vos enviei a anterior mensagem ainda tinha alguma esperança de que o fogo não devorasse o Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, edificado com enorme esforço pelos voluntários da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal. Infelizmente entre as 02 e as 04 da manhã o lume arrasou quase tudo. A casa foi destruída. Muitos milhares de pequenas plantas desapareceram completamente. Do vasto manto de urzes e uveiras-da-serra apenas restam os esqueletos negros entre os blocos de basalto. As borboletas e os pássaros esvoaçam desorientados naquela paisagem onde esta manhã pairava um silêncio de morte. No Pico do Areeiro, onde estava a ser criado um oásis de vegetação indígena, menos de 10% das plantas resistiram à passagem do lume. Mas a catástrofe ecológica teve proporções muito mais amplas. O lume tem vagueado por toda a cordilheira central. Do Pico do Areeiro ao Pico Ruivo, a biodiversidade foi profundamente afectada. O melhor núcleo de vegetação de altitude foi literalmente arrasado. Uma pequena população de sorveira (Sorbus maderensis) desapareceu. Desta espécie endémica apenas sobreviveu na Natureza uma árvore na Bica da Cana, no planalto do Paul da Serra. Importantes áreas de Laurissilva na Fajã da Nogueira e na bacia hidrográfica da Ribeira Seca do Faial também estão a ser molestadas pelo fogo. Enorme delapidação da biodiversidade e um monstruoso caos de blocos à espera das próximas chuvas para correr encosta abaixo, são marcas do perigoso deserto que agora ocupa uma grande parte da cordilheira central. Nestes momentos de profunda dor temos de ganhar forças para recomeçar o difícil e moroso trabalho de recuperação do coberto vegetal das montanhas, que neste momento mais parecem campos bombardeados (Fotos 1 a 20). Saudações ecológicas, Raimundo Quintal Publicada por eco em 05:31 Etiquetas: madeira, Raimundo Quintal – Enviado através da Barra de ferramentas do Google"

domingo, 1 de agosto de 2010

ICE INTEREQUIPAS 17 e 18 de Julho 2010

como não tinha onde ligar o computador, os apontamentos saíram figurados... para conteúdos mais substanciais temos de esperar pelos apontamentos da Lígia

domingo, 4 de julho de 2010

Mário Simões Dias

From Wikipedia, the free encyclopedia Mário Simões Dias de Figueiredo (Coimbra, 2 July 1903 – Lourenço Marques, 8 July 1974) was a Portuguese musicologist and professional violinist (a disciple of Lucien Capet and collaborator of Fernando Lopes Graça, among others), as well as a prolific music critic and poet. He was blind from the age of 10[1].
As an academic affiliated with the University of Coimbra, he authored works on music theory and the history of music as well as introductory texts concerned with raising public awareness of classical music; his collection of essays A Música, essa desconhecida became a popular introduction to music history in Portugal.[2][3]. For 13 years (from 1950 to 1963) he maintained a series of weekly live radio shows devoted to the divulgation of classical music, broadcast by the former Emissora Nacional[4][5][6]. As a poet[7], he was affiliated with the Portuguese neo-realist tradition and is celebrated chiefly for his book-length poem Cântico das Urzes[8][9].

Quercus denuncia

Ministério do Ambiente prepara-se para viabilizar morte de centenas de aves protegidas em Elvas
O Ministério do Ambiente prepara-se para nos próximos dias viabilizar a demolição de uma estrutura onde nidifica umas das maiores colónias de Andorinhão-preto do sul do país e levar à morte de cerca de quinhentas de crias desta espécie. A Quercus considera inadmissível e ilegal que o Estado possa avançar com a destruição imediata da estrutura em causa, levando à morte directa por esmagamento e/ou asfixia de centenas de crias. Ajude a denunciar este atentado. Saiba aqui como!
/Obra ilegal do Exército, com o apoio da Câmara Municipal de Elvas, começou no final de Maio
Através de diversas denúncias, a Quercus tomou conhecimento no final de Maio que uma obra avançava na antiga Igreja de S. Paulo, numa muralha onde nidificam cerca de 300 casais de Andorinhão-preto (Apus apus). Mesmo após ter sido alertado para a presença da colónia de aves, o empreiteiro decidiu iniciar a demolição da parede, destruindo já na altura dezenas de ninhos, pelo que a Quercus se viu forçada a denunciar o ocorrido ao Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR (SEPNA).
Na sequência desta denúncia, veio a verificar-se que o dono da obra (Exército Português – Ministério da Defesa) com o apoio da Câmara Municipal de Elvas, levavam efectivamente a cabo uma intervenção ilegal, na medida em que não possuíam a necessária licença para a remoção/destruição dos ninhos, conforme a legislação determina.
Indisponibilidade para estudar alternativas – segurança pública não é justificação
Ao longo das últimas semanas têm existido bastantes movimentações no sentido de se encontrar uma solução para esta questão. No entanto, e apesar de estarem envolvidas três instituições do Estado, a quem cabe cumprir a legislação e não “contorná-la”, fomos confrontados com uma iminente decisão política do Secretário de Estado do Ambiente que pode vir a determinar que o ICNB autorize a destruição desta colónia de aves.
Por outro lado, e apesar das nossas tentativas de ao longo destas semanas propor às entidades envolvidas, alternativas e medidas simples que garantissem a tranquilidade no local e não pusessem em risco a segurança pública, garantindo por outro lado o final da época de reprodução da espécie, estas entidades não se mostraram disponíveis para estudar outras opções que não passassem pela demolição imediata dos locais de nidificação.
/ Estado cria a legislação mas não a cumpre – morte de cerca de 500 aves em perspectiva
O Andorinhão-preto é uma espécie migradora e protegida pela legislação em vigor, nomeadamente pela Directiva Aves, transposta para o sistema jurídico nacional pelo Decreto-Lei nº 140/99 de 24 de Abril, com redacção dada pelo Decreto-Lei nº 49/2005 de 24 de Fevereiro. Esta espécie está também protegida pela convenção de Berna (ratificada pelo Decreto nº 95/81 de 23 de Julho e regulamentada pelo Decreto-Lei nº 316/89 de 22 de Setembro) onde integra o Anexo III.
A Quercus considera inadmissível e ilegal que o Estado possa avançar com a destruição imediata da estrutura em causa, levando à morte directa por esmagamento e/ou asfixia de centenas de crias e indirectamente, por perturbação nas rotinas de alimentação, de outras tantas centenas, pelo que não hesitará em recorrer às instituições competentes no sentido de serem apuradas responsabilidades, caso se venha a avançar para esta solução. / Dado que bastaria esperar mais 4 semanas para que as crias abandonassem os ninhos, e então se pudesse dar continuidade à obra, a Quercus considera também lamentável que em pleno Ano Internacional da Biodiversidade, o Estado equacione não defender as espécies silvestres que é suposto proteger, optando ao invés por permitir jogos políticos pouco transparentes, em função de interesses imobiliários e particulares. Espera, contudo, que o bom senso e a legalidade prevaleçam e que as diversas entidades envolvidas no processo consigam encontrar uma solução que vá ao encontro das suas responsabilidades e da consciência ambiental que o país necessita.
Como pode ajudar a denunciar este atentado? Envie este comunicado ao maior número de pessoas, com um pedido para ser publicado em todos os blogs e páginas do Facebook. É importante que a nossa opinião chegue aos decisores políticos.
Escreva ao Ministério da Defesa, Ministério do Ambiente e Câmara Municipal de Elvas mostrando-lhes a sua indignação e pedindo-lhes que esperem 4 semanas para começar a obra e deste modo evitar a morte de centenas de aves no local.
E-mails:
gsea@maotdr.gov.pt
gcrp@defesa.pt
gabinete.informacao@cm-elvas.pt
Lisboa, 29 de Junho de 2010
A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza A Direcção do Núcleo Regional de Portalegre da Quercus

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Téla Nón >> Jovem são-tomense estudante em Portugal ganhou prémio “Aids & Mobility Young Social Entrepreneur 2010”

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Associativismo e cidadania em debate

13 de Maio de 2010 gazetadabeira@sapo.pt
G A Z E T A D A B E I R A
S. PEDRO DO SUL . VOUZELA . OLIVEIRA DE FRADES . CASTRO DAIRE . VISEU
Maria do Carmo Bica
Em que medida o associativismo contribui para o aprofundamento da democracia? Foi este o tema do debate transmitido pela VFM no passado dia 30 de Abril, promovido em parceria com a Gazeta da Beira e a Rádio Lafões. Participaram os dirigentes associativos Ângela Guimarães, da ARCA, Mário Almeida, do Cénico Grupo de Teatro Popular, Joaquim Mendes, do Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira, Carlos Vieira, da associação Olho Vivo, Luís Costa, da Binaural e Rui d’Espiney, do Instituto das Comunidades Educativas. O moderador foi Arsénio Saraiva Martins, da VFM. Vários temas foram abordados, nomeadamente a questão da democracia participativa. Neste aspecto, houve consenso em torno das ideias defendidas por Rui d’ Espiney, que defendeu não haver democracia plena sem democracia participativa e considerou que democracia representativa e democracia participativa são os dois pilares da democracia plena. Rui d’ Espiney referiu ainda que o Estado não trata de igual forma os dois pilares da democracia e dá condições de funcionamento, incluindo financiamento, para a democracia representativa e nenhum apoio à democracia participativa, nomeadamente através das associações entendidas como forma organizada de democracia participativa. Defendeu ainda a viabilização do movimento associativo como contributo para a viabilização da democracia participativa. A falta de tempo, provocada pelo excesso de solicitações na vida profissional e familiar, foi considerada como uma das causas para uma certa crisede participação no movimento associativo, que não tem conseguido renovar os seus quadros. “A proximidade é a força do movimento associativo” referiu Luís Costa. Para este dirigente, verifica-se um certo desvirtuamento nas actividades das associações por causa dos financiamentos serem demasiado formatados. Defendeu ainda que a globalização cria novas oportunidades para o movimento associativo, na medida em que as novas tecnologias do conhecimento e da informação favorecem a criação de redes a nível global. Ângela Guimarães referiu que, em Lafões, ainda se nota uma posição de servilismo perante o poder por parte de muitos dirigentes associativos. Ficou também o registo de que se assiste a uma mudança qualitativa no tipo de propostas, o que está a contribuir para mobilizar as pessoas e que a construção de solidariedades é importante para resolver os problemas. Todos/as os/as participantes se assumiram como activistas políticos nos partidos políticos em que militam e nas estruturas da democracia representativa para que foram eleitos. Quase todos/as são deputados/as municipais, mas têm também uma forte participação política ao nível do movimento associativo. Todos afirmaram conseguir distinguir muito bem a sua militância partidária da sua militância associativa, não subjugando o movimento associativo aos interesses do seu partido. O debate foi também ocasião para divulgar o I Congresso do Associativismo e da Democracia participativa que vai decorrer em Palmela nos dias 13 e 14 de Novembro de 2010.

Associativismo e cidadania em debate

13 de Maio de 2010
gazetadabeira@sapo.pt
G A Z E T A D A B E I R A S. PEDRO DO SUL . VOUZELA . OLIVEIRA DE FRADES . CASTRO DAIRE . VISEU
Maria do Carmo Bica
Em que medida o associativismo contribui para o aprofundamento da democracia? Foi este o tema do debate transmitido pela VFM no passado dia 30 de Abril, promovido em parceria com a Gazeta da Beira e a Rádio Lafões. Participaram os dirigentes associativos Ângela Guimarães, da ARCA, Mário Almeida, do Cénico Grupo de Teatro Popular, Joaquim Mendes, do Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira, Carlos Vieira, da associação Olho Vivo, Luís Costa, da Binaural e Rui d’Espiney, do Instituto das Comunidades Educativas. O moderador foi Arsénio Saraiva Martins, da VFM. Vários temas foram abordados, nomeadamente a questão da democracia participativa. Neste aspecto, houve consenso em torno das ideias defendidas por Rui d’ Espiney, que defendeu não haver democracia plena sem democracia participativa e considerou que democracia representativa e democracia participativa são os dois pilares da democracia plena. Rui d’ Espiney referiu ainda que o Estado não trata de igual forma os dois pilares da democracia e dá condições de funcionamento, incluindo financiamento, para a democracia representativa e nenhum apoio à democracia participativa, nomeadamente através das associações entendidas como forma organizada de democracia participativa. Defendeu ainda a viabilização do movimento associativo como contributo para a viabilização da democracia participativa. A falta de tempo, provocada pelo excesso de solicitações na vida profissional e familiar, foi considerada como uma das causas para uma certa crisede participação no movimento associativo, que não tem conseguido renovar os seus quadros. “A proximidade é a força do movimento associativo” referiu Luís Costa. Para este dirigente, verifica-se um certo desvirtuamento nas actividades das associações por causa dos financiamentos serem demasiado formatados. Defendeu ainda que a globalização cria novas oportunidades para o movimento associativo, na medida em que as novas tecnologias do conhecimento e da informação favorecem a criação de redes a nível global. Ângela Guimarães referiu que, em Lafões, ainda se nota uma posição de servilismo perante o poder por parte de muitos dirigentes associativos. Ficou também o registo de que se assiste a uma mudança qualitativa no tipo de propostas, o que está a contribuir para mobilizar as pessoas e que a construção de solidariedades é importante para resolver os problemas. Todos/as os/as participantes se assumiram como activistas políticos nos partidos políticos em que militam e nas estruturas da democracia representativa para que foram eleitos. Quase todos/as são deputados/as municipais, mas têm também uma forte participação política ao nível do movimento associativo. Todos afirmaram conseguir distinguir muito bem a sua militância partidária da sua militância associativa, não subjugando o movimento associativo aos interesses do seu partido. O debate foi também ocasião para divulgar o I Congresso do Associativismo e da Democracia participativa que vai decorrer em Palmela nos dias 13 e 14 de Novembro de 2010.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Agricultura Tradicional em Covas do Monte: Comissao de Agricultura da AR esteve em Covas do Monte

Agricultura Tradicional em Covas do Monte: Comiss�o de Agricultura da AR esteve em Covas do Monte
segunda-feira, 26 de Abril de 2010 Comissão de Agricultura da AR esteve em Covas do Monte Conhecer a agricultura que se faz em espaços de montanha, os seus problemas e as suas possibilidades, foi o motivo que levou a esta comissão da AR a deslocar-se a Covas do Monte. São locais como este que muitos de nós gostamos de visitar e de usufruir, que no mundo actual correm sérios riscos de desaparecer. Tudo é de tal maneira normalizado e standartizado que começa a não existir lugar para o diferente e o específico. Como fazer coexistir a especificidade de Covas do Monte na panóplia de regulamentos da CEE? Será Covas do Monte um lugar agrícola e/ou turístico? Haverá aqui turismo sem agricultura? Que agricultura, que turismo? Que tempo terão as suas gentes para se adaptar a novas realidades? O debate foi interessante, será que dará frutos? Nós vamos continuar a alimentar a rede de pessoas e instituições que nos últimos tempos tem conseguido que Covas do Monte esteja no centro deste debate. Publicada por Vítor Andrade em 16:17

sábado, 17 de abril de 2010

Reunião do grupo promotor do Congresso do associativismo e Democracia Participativa Coimbra 2010-4-10

Foi uma reunião para resolver assuntos práticos, com a seguinte ordem do dia:
1 – Estratégia de mobilização
2 – Debate do programa /cartaz/ficha de inscrição
3 – Financiamento
4- Mostra
5 – caderno revindicativo
6 – informações
MOBILIZAÇÃO: tem como estratégia base a organização de encontros regionais e sub-regionais
Setúbal: –O ICE tem promovido reuniões e há um grupo mobilizado
Beja – ESDIME aderiu e está a organizar o encontro
PORTALEGRE – está a ser organizado
SUL – Falta Évora e faro – não há ainda grupo organizador;
Beira interior – o GAF (de Gouveia) vai promover reuniões na 1º quinzena de Maio; poderá tentar envolver Covilhã e Castelo Branco
Trás os Montes: houve uma reunião em Bragança. No entanto, não se considera mobilizado
BRAGA - ESTÁ A SER DINAMIZADA (AJD Deão)
COIMBRA: reunião agendada para 17 de Abril, dinamizada por KRISCER e SOLIDARIEDADE EMIGRANTE
PORTO: não está dinamizado. Cheik oferece-se para contactar Associação Luso-Turca, António oferece-se para contactar Base-Fut, Rita oferece-se para contactar SOS Racismo
AÇORES E MADEIRA: ainda não dinamizados.
Carmo oferece-se para contactar UMAR e IN LOCO
António oferece-se para contactar Quercus (há núcleo nos Açores e Madeira).
OUTRAS ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO:
Autarquias com pedido de divulgação pª associações/rede social/ REDES na INTERNET
Sites e Blogs das associações envolvidas, facebook
Publicidade paga nos jornais nacionais? Não porque não temos dinheiro. Só se arranjarmos solidariedades/publicidade gratuita.
Manifestações de 25 e 1º maio – folhetos...
Quem tem projectos divulgar através dos parceiros
2 – PROGRAMA
Foi aceite o programa provisório apresentado pelo grupo responsável.
Preocupações:
garantir que o congresso fosse capaz de dar voz às vontades das pessoas/associações e construir linha de acção para o futuro
Foi lido o comentário do Ricardo, no Blog, e partilhada a preocupação de se manter a discussão aberta a outros espaços de democracia participativa que não a reunião; no entanto , nesta fase há um tónica central no espaço associativo ( embora sem pretender excluir outros)
A luta pela dem participativa exige modos organizados de o fazer - subjacente a intenção de levar as associações a assumir a batalha
r Uma das tertúlias poderá se acerca das associações serem promotoras da democracia participativa.
Qualificar a dem. participativa qualificando as associações no sentido e pratica da dem participativa
Propor um debate sobre o que é o associativismo cidadão – não está essa tónica no programa apresentado... mas está implícita.
Texto desafio?
Conceitos...
Para muita gente a relação entre democracia participativa e associativismo não é óbvia – que é cada um tem que fazer para além de pertencer a uma associação e votar num partido? Há algo que é uma atitude de grupo e não um rótulo – há um caminho a percorrer dentro das associações, para que se reclassifiquem como escolas de democracia.
Talvez fosse enriquecedor se como base juntássemos os comentários de hoje, conseguir que se clarificar bem as alternativas em democracia participativa... associativismo e explicitação de outros aspectos... e democracia dentro das associações.
Promoção da cidadania na escola?
No trabalho? no espaço público?
Um texto de partida para enriquecer no percurso até ao congresso... que incluísse as insatisfações provenientes das associações, com as sua problemáticas específicas... uma caminhada para ir construindo o caderno revindicativo que será concluído com as entradas do Congresso.
A própria mobilização das associações é feita em vários momentos... mobilização e reflexão. A ideia é transformar as preocupações em ideias mobilizadoras- Recolha das várias preocupações ...
como é que as associações tem voz? Tem horas reservadas nos canais públicos?
O PROGRAMA :enquadra o encontro .O programa deve ter a definição mínima com o que se pretende e enquadrar; não pode ser eternamente aberto. Somos nós associações que vamos enquadrar o movimento, esperando que outros sectores venham também a contribuir para esta discussão.
Este programa pode ser divulgado desde já...
incorporar na forma do congresso a questão da democracia...
“em mangualde está a acontecer um FORUM de um movimento associativo...”
CARTAZES E FICHA DE INSCRIÇÃO - Foi aprovada a imagem proposta da imagem, que contém uma ponte e a ideia de Movimento. O folheto terá de ter algumas modificações.
Colocou-se a hipótese de ter que mudar de local o congresso: há limitações logísticas em TONDELA.
Há um ORÇAMENTO que contempla: secretariado, organização, cartazes, imprensa, registo vídeo e áudio , material de desgaste, telefones, convidados. TOTAL : 65 675 € - mas prevê-se diminuir o quantitativo deste orçamento, procurando parcerias para registo vídeo, divulgação na imprensa e sendo que os “convidados” serão militantes destas coisas do Associativismo e da Democracia Participativa, pelo que pagam as suas próprias despesas.
Haverá uma associação que vai assumir ser promotora e abrir a conta ... proposta a AJD em primeiro lugar, caso não aceite será o ICE .
CADERNO REVINDICATIVO Começar desde já a recolher as aspirações das associações
Os movimentos sociais não podem estar sujeitos à lógica fiscal actual – há que criar uma lógica fiscal diferente. Exigir espaço na comunicação social. A promoção da democracia associativa deve estar prevista no Orçamento.
Qual é a ideia mais mobilizadora para convidar associações? Transformar as ideias mais mobilizadoras em comunicado de imprensa .Mas é necessário por as ass a falar, recolher o que for produzido nas reuniões regionais...
Há intenção de fazer uma moção partindo do congresso – um caderno revindicativo- no final serão retiradas as conclusões e levada à aprovação.
4 - MOSTRA
há possibilidade de financiar a mostra (ANIMAR)
Quem vai mostrar? As associações -
propostas para a MOSTRA:
desfiar as associações a mostrar os projectos que trabalhem a democracia participativa - painéis por temas de intervenção, por exemplo: ambiente, inclusão, minorias, género, crianças.
Conceber uma mostra e pedir as associações que mandem de acordo com certos requisitos, linhas de força. Haverá um grupo que se debruce sobre o que pode ser uma mostra. Uma ideia: a mostra poderá ter lugar no local em que se organizam as tertúlias, distribuir os temas da mostra conforme os temas das tertúlias .
*******************************************+
próxima reunião – 19 de JUNHO
apanhado das inscrições, logística, fontes de financiamento

domingo, 11 de abril de 2010

Associativismo Cidadão

NOTA DE IMPRENSA
Será que vivemos num pais plenamente democrático?
À primeira vista, parece que sim. Temos eleições livres. Temos uma constituição em que se consagram os direitos dos cidadãos. Temos aquilo que se designa por um Estado de Direito … Mas a verdade é que a nossa Democracia não é plena.
A verdade é que esta só existe, de facto, quando à escolha, em liberdade, de quem nos representa, se associa um quotidiano de participação nas decisões, de produção e promoção de cidadania e de afirmação, não apenas do direito a direitos mas também do direito de … optar, de questionar o próprio direito.
Dito de outro forma, é na interacção entre a participação e a representação, na reconfiguração desta pelos impulsos que venham dos cidadãos e da sociedade que se concretiza a Democracia Plena. E tal não acontece ainda, na precisa medida em que não estão asseguradas as condições para o funcionamento da Democracia Participativa.
Com efeito, e se é certo que à Democracia Representativa são oferecidos todos os meios para o seu funcionamento - financiamento dos partidos, remuneração dos seus eleitos e técnicos, pagamento das campanhas eleitorais, apoio material à sua actividade, etc., - à Democracia Participativa nenhum recurso, nenhum cêntimo é facultado ... Um ou outro contributo para iniciativas localizadas e delimitadas, sob a forma de financiamentos parciais a projectos, mas nenhum apoio à sua sustentabilidade funcional.
A Constituição da Republica Portuguesa que consagra, com quase igual dignidade, a Democracia Representativa e a Democracia Participativa -considerando uma e outra pilares da Democracia Plena - , não é, de facto, na prática cumprida. Inverter esta situação, alcançar a afirmação da Democracia Participativa impondo a viabilização das formas organizadas de Democracia Participativa que são as associações é o propósito de um grupo de associações e cidadãos que iniciou um movimento em ordem à organização de um Congresso em que se implicaram já mais de 150 associações e que tem, precisamente, como um dos seus propósitos confrontar o Estado e a Democracia Representativa com as responsabilidades que lhe cabem na sustentabilidade do movimento associativo e da Democracia Participativa.
A nossa democracia assim o exige.
É este um projecto politico - por definição não partidário – que ocupará sem duvida um espaço de relevo na Agenda do presente ano de 2010.
… E é para vos falar deste movimento, deste projecto, que vos convidamos a estar presentes, na sexta feira dia 19, pelas 15h00, nas instalações da associação ETNIA sitas no Centro Interculturacidade, Rua dos Poiais de S. Bento nº 73 em Lisboa.
P’la COMISSÃO PROMOTORA
Maria do Carmo Bica - ADRL – Associação para o Desenvolvimento da Região de Lafões
Mário Alves – ETNIA e CENTRO INTERCULTURACIDADE
Rogério Roque Amaro – PROACT e ANIMAR
Rui d’Espiney - ICE

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Integração Problema Mundial

Artigo escrito por Kiluange
22:46 Sábado, 3 de Abr de 2010
Agradeço muito a revista Visão por este espaço de analise e informação, e junto com todos aqueles que reconhecem o problema da Integração em Portugal faço votos de que apareçam interactividade como este para nos dar voz,
Portugal é um excelente país para os imigrantes, o estado recebe bem aos que vêm de fora, o povo é acolhedor pois não é de estranhar porque a colonização também ensinou e os falantes de português, os da lusofonia também já tinham suas boas qualidades de humildade e acolhimento, o interesse de muitos portugueses em lá voltar prova isso mesmo, mais falando propriamente da integração isso para mim como especialista com 14 anos de Intervenção Comunitária rima com desintegração, porque para além do falhanço do realojamento que é hoje cidade de sofrimento, as autoridades permitem que os que vêm de fora confondam direitos com deveres, se não vejamos; todos querem receber rendimentos e as vezes sem os merecer, mas quando é que se falou em deveres numa campanha bem clara? E nem vos falo das barreiras sociais que sofrem os que são justos...
Na verdade a Integração tem muito que se lhe diga, porque o problema da Integração é mundial, por exemplo desde que não se da oportunidade ao outro de mostrar o seu talento, ou de ter qualquer meio de sobrevivência, dai já nasce exclusão, então a pessoa ou a vitima já está desintegrada, e depois o mais comum é aparecerem os ditos doutores licenciados do gabinete à comentar o que desconhecem porque não vivem essa realidade no terreno ou mesmo dentro de cada bairro, falando da integração mais dolorosa que aquela dos imigrados, eu pergunto; Para que servem os nossos consulados ou as embaixadas? E a CPLP qual é a razão da sua insistência, quando não incentivam projectos dos jovens talentos imigrantes? E que exemplo dão jogadores como Bruno Alves, ou outros que fazem campanha contra o racismo, a violência, e depois massacram seus colegas dentro do campo?
Não compreendo como se condecoram ou homenageiam pessoas que nada fazem a favor da inclusão? Lembro-vos ainda o caso da pobre jovem miss em S. Tomé, que ficou desqualificada porque não é parente dos grandes senhores... Osvaldo Poeta

sexta-feira, 26 de março de 2010

A Escola, a Aldeia, a Rede e o Pensamento Estratégico

De Penacova ao “Portugal Tradicional” Vítor Andrade, do ICE (Instituto das Comunidades Educativas), fala de Desenvolvimento Local
1 – Penacova: a Escola e o Desenvolvimento Local
O início deste percurso reporta-se à minha entrada no ICE (Instituto das Comunidades Educativas) em 1996 - em Penacova, no projecto Escolas Rurais
Entrei na perspectiva de tentar perceber como as coisas se organizavam à minha volta e nos espaços que ia ocupando – na escola onde desenvolvia o meu trabalho e nas reuniões inter-equipas onde tentava perceber o que era o ICE - foi uma fase de aprendizagem muito intensa, porque estava a viver coisas novas, realidades e perspectivas que me questionavam.
A primeira questão orientadora pode formular-se deste modo: Pode a Escola educar/desenvolver a comunidade?
Ou, mais específicamente: – A ESCOLA, enquanto estrutura exterior – vista como Sistema Educativo/ enformada pelo exterior, isto é, por uma política de educação que é Nacional, não enformada pela comunidade local - pode desenvolver essa comunidade?
É uma questão que não tem uma resposta única, as coisas não são lineares...
O que é, de facto, o “Local” ?
A interpretação do “Local” é uma construção que depende do ponto a partir do qual se age.
Para o Estado, o local é Portugal...
Para a Europa, o local é Europa...
Se nos colocarmos numa perspectiva do Universo, a Terra é um “local” dentro desse Universo. Nesta perspectiva o local é onde agimos e a nossa capacidade de acção está directamente ligada ao lugar que ocupamos.
De facto, a Escola não se pode considerar completamente exterior ao local, à comunidade...no entanto os processos são enformados pelas directivas centrais e não pelas redes de relações e significados locais. O professor que personaliza a escola no local, é organizado por uma estrutura central, não pelas relações locais A ESCOLA ao tocar as pessoas não é nula, provoca mudança na comunidade em que se insere...mas não se trata de uma dinâmica de desenvolvimento daquele espaço, não se trata de um processo de “Desenvolvimento Local”. Na minha concepção, o “Desenvolvimento Local” é mais a dinâmica das pessoas, das suas relações dentro do espaço e do modo como essas relações se organizam a partir da forma como interpretam o exterior. Como é que se pode alterar a situação? Como é que a Escola pode trabalhar o meio, pode não investir na formação do aluno mas mexer com a comunidade? Pode a escola ter, como campo de acção, a própria a aldeia? Desde cedo percebi que tinha de sair da escola e criar uma rede à sua volta que influenciasse a sua estrutura, o que não é fácil. Os processos de aculturação da relação Escola/Comunidade têm sido no sentido desta preparar os seus membros para actuarem na sociedade em geral e não a pensarem-se e pensar o local onde vivem. É criada a ideia que todos podemos fazer muitas coisas num local que não conhecemos ou simplesmente conhecemos intermediados. Nesta perspectiva o saber está desligado da acção. Para alterar isto a minha ideia seria fazer algo que não fosse escolar e centrado aí, convidar a escola a participar. Tentar um processo em sentido contrário, da comunidade para a escola. Desenvolver caminhos que conduzissem a Escola a processos de auto-questionamento, de aprendizagem. O que poderia ser mobilizador de uma identidade local? Memórias, desejos, afectos? A estratégia encontrada traduziu-se na organização da Feira de Artes e Cultura, onde moleiros, paliteiros e todos os que estão ou estiveram ligados à construção da identidade de Penacova podiam estar e participar com estatuto de igualdade em relação à escola. A Feira de Artes e Cultura, desenvolveu-se como espaço de mostra e auto reflexão que permitiu à comunidade local reconstituir a sua própria imagem, a forma como se vê... como chegaram ali e como se podiam imaginar a partir dali? Fez-se a Feira, no princípio virada para dentro. O que é que havia? Houve um esforço de escuta, de interconhecimento. As pessoas falavam da cultura como se já não existisse, como se fosse memórias. O interessante era como dar a essa memória, um novo sentido, um sentido de futuro? Assim, começámos a convidar pessoas do exterior de forma a quem estava no local se revisse com os olhos de quem vem de fora. É este, tal como vejo, o fio condutor do Desenvolvimento Local: o que o local pensa do exterior é o que permite organizar o local - sem o exterior, o local organiza-se num relação de fechamento sobre si próprio.
2 - COVAS DO MONTE : A ALDEIA E O DESENVOLVIMENTO LOCAL
Foi já com a bagagem do aprendido em Penacova que “parti” para Covas do Monte, uma aldeia onde já não havia escola.
O início é o mesmo: começando o envolvimento com as pessoas, tentando aproximar-me do local de forma a que as pessoas aí me vissem como um deles - passando muito tempo a ouvir e a falar, não demonstrando ter soluções – se viesse munido com a solução, isso seria criar mais dependências .
Como produzir um processo de auto-organização a partir da cultura local e dar-lhe um sentido? A importância de redes exteriores à aldeia.
O local é constituído por um conjunto de relações interiores e com inter-relações exteriores – neste caso, eu era um “exterior” que através de um processo de aproximação me vou transformando em alguém de pertença.
Temos, por um lado, o imaginário, as vontades, as memórias, os sonhos das pessoas que estão no local... do outro lado, a possibilidade de envolver pessoas exteriores. As pessoas “do exterior” vão entrar no processo como factor de reorganização do Local, na medida em que lhe trazem um novo sentido.
As pessoas não se organizam para nada, organizam-se com um sentido: se começam a chegar pessoas à aldeia, e procuram coisas que a aldeia tem, então vão dando a percepção de novos sentidos à aldeia e para quem a habita. Há uma reorganização do espaço em função, até, de algum retorno económico.
Mas como conseguir estabelecer pontes entre quem “está” e quem “chega”?
A estratégia do “Ouvir” não se fica só pelo ouvir, numa segunda fase passa-se mais para a conversa, introduzindo factores de organização nessa conversa.
Em Covas do Monte, um primeiro momento organizativo deu-se em torno do lagar: eu ouvia histórias do lagar, memórias e gostos... então porque não reconstituir o lagar? Para as pessoas da aldeia, a ideia do Lagar não tinha um valor objectivo, apenas afectivo. Mas quando pessoas de fora chegaram e começaram a ajudar a reconstituir o lagar, elas vieram dar um novo sentido à sua reconstrução – passou a ser uma realidade presente, algo que tinha valor, não era já apenas uma memória do passado transformou-se num valor simbólico da aldeia. Assim, toda a escuta e posterior conversa, foi um processo de eco-organização. Uma reorganização que veio dar novos sentidos às memórias, aos patrimónios culturais, dando-lhe um significado, um valor, um futuro.
Estratégia fundamental: conseguir alimentar redes. Eu não sou apenas o que sou, nem o que sei, sou também um conjunto de relações. Salto de um campo mais institucional, para as redes:
não me envolvo apenas eu , mas tudo o que está ligado a mim, e este é também o meu processo de desenvolvimento.
Compreender isto foi um salto na intervenção: Em Penacova não tinha, ou não tinha consciência, desta rede de conhecimentos, nem redes de organizações que me permitiram, aqui em Covas do Monte, mobilizar públicos...
Nem todos os públicos são mobilizáveis para todas as situações. Eles implicam-se seguindo causas que perseguem. Temos sempre que ter essa percepção e tocar aqueles que nos parecem ser mais favoráveis.
O grupo dos auto-caravanistas é paradigmático – pela simples possibilidade de ficarem na Aldeia mais que um dia, passarem a noite – podem desenvolver contacto muito próximo, relacionamentos íntimos com pessoas do local... amizades, passaram a ter uma importância fundamental no imaginário daquelas pessoas e na sua reorganização do sentido de futuro
O mais complicado não é trazer estes públicos, não é trazer o exterior...o mais complicado é como é que o Local se reorganiza. Não se trata de uma complicação do ponto de vista material, mas sim cultural. Uma reorganização da cultura local pressupõe tempo e processos de liderança. Não há maneira de alterar nada sem alguém que vá reassumindo o processo... há que haver alguém que ponha os outros a fazer e não que faça por eles, que dinamize poderes e não relações de dependência.
O maior obstáculo: se entrarmos em sistemas formais, eles são tão complexos que não é possível a locais de pequena dimensão sobreviver no sistema.
Quer queiramos quer não, os locais já foram tão permeáveis a um padrão globalizante/ especializante, que têm tendência a organizar-se em função de um produto. A ideia que têm é a que para se desenvolverem é conseguir meter no mercado produtos feitos e transformados...
Ora, em espaços de pequena dimensão a especialização é justamente a diversidade... especialização é morte, nesses espaços. Mas o que está instalado é a cultura dos produtos: querem fazer um produto para vender, mas neste pequenos locais a produção é tão restrita que não é rentável.
O que se tem de meter no mercado é o processo que leva a esse produto – ao adquirir o produto, o público vai adquirir todo um processo cultural e isso tem outro valor: esse processo não existe for do local, para usufruir temos de ir ao Local, o processo é intransmissível. É no processo que está a cultura e a identidade das coisas e isto é o que me leva a ir ao Local e não adquirir numa prateleira de um supermercado.
Em Covas do Monte o processo passou por fazer das colheitas um momento atractivo para a aldeia. Como é que aquilo que fazem por necessidade, por trabalho, pode ser para outros, para o públicos que vêm do exterior, lazer de tal forma que pagam para participar?
Outra estratégia passou por transformar o trabalho de pastoreio num percurso pedestre... o trabalho do pastor passa a ser uma mais valia em função da captação de públicos.
Voltando a Penacova, dou um exemplo que ilustra bem este conceito. Ao procurar valores para animar a Feira de Artes e Culturas, puseram-me em contacto com uma senhora que faz artesanato de madeira que se usa no fabrico dos palitos: objectos artísticos, facas, moinhos. Esta senhora e a sua filha produzem estes objectos numa garagem, à porta fechada. Ora, eu sei que o maior valor do artesanato não é a peça, é o processo... estas artesãs estão a roubar o maior valor ao artesanato, ao trabalhar fechadas na garagem... porque o que está aqui é culturalmente o modelo da fábrica: apenas interessa o produto acabado que se coloca no mercado. Fazem peça a peça e só vendem a peça. Porque é que a associação local não passa a ser um espaço onde se faz artesanato, de forma que públicos exteriores possam assistir ao processo de fabrico? Por uma alteração da organização cultural o acto escondido de fabrico de artesanato passa a ser exposto, tornando-se num recurso de desenvolvimento da aldeia pela sua captação de público. O público tem de aí se deslocar, pois só aí poderá usufruir daquele bem que é o processo. Com pessoas lá podem surgir todo um conjunto de outras actividades económicas.
Isto é valido na aldeia ou no bairro da cidade... se criarem uma estrutura de identidade criam sustentabilidade, se se descaracterizarem e passarem a organizar-se apenas para servir e servirem-se do exterior esvaziam-se. Historicamente sempre assim foi, os pequenos espaços são estruturas de diversidade e de complementariedade.
Covas do Monte já percebeu isto.
O passo seguinte, em Covas do Monte, é deixar que o processo de desenvolvimento se torne autónomo. Desde o Verão deixei de alimentar o processo: estou a tentar que haja na aldeia alguém que faça a ponte com o exterior. Passo a ir a aldeia, passar-lhe os contactos, quem vai fazer os contactos são as pessoas de lá. O grupo de pessoas de Covas do Monte faz os contactos e eu passo a SURGIR NOS GRUPOS MAS CONVIDADO.
Por esta minha posição, os actores locais, notam uma redução de público e tem-me questionado. Agora a conversa tem decorrido à volta já não da reconstrução da memória e do que fazer na aldeia mas como continuar a atrair pessoas.
Como tem havido uma redução nos subsídios à produção de cabras, nesta altura grande parte do rendimento da aldeia já são os visitantes: o restaurante e o que se vende para o restaurante e nas pessoas que são chamadas para trabalhar em torno do restaurante e da associação. Os mais idosos já não podem fazer o pastoreio, no entanto ele é mantido pelas pessoas activas. O que leva estas pessoas a pastorear? Neste momento ainda é o rendimento que retiram dos subsídios, mas com a continuação da tendência de redução desta receita o pastoreio não compensará... apenas passará a compensar como elemento de identidade da aldeia. Se houver uma identidade própria, essa identidade traz o público... se houver público na aldeia há um conjunto de negócios que é possível fazer... desde a compra de refeições até um conjunto de outras novas actividades ligadas ao usufruto do espaço natural.
3 - PORTUGAL TRADICIONAL : A REDE E O DESENVOLVIMENTO LOCAL
É um projecto imaginado a partir desta ideia... a visibilidade que se pode dar a espaços como Covas do Monte, a espaços onde se produz artesanato no fundo fazer da produção o produto turístico... é fazer chegar a informação a públicos que procuram justamente estes espaços. Nesta época tão globalizada os processos locais atraem muito público.
Básicamente, o ”Portugal Tradicional” é um site... onde tem informação de locais, de pequenos projectos, de quintas... transforma o processo de produção num produto turístico. É uma tentativa de tornar visível, o que está oculto: os pequenos locais que doutra forma passam despercebidos.
Está organizado e dirigido a um conjunto de públicos que procura novas formas de fazer turismo e que está por aí a surgir. É a esse público que “Portugal Tradicional” se dirige.
O que me leva a ir às “Capuchinhas de Montemuro” comprar uma capa ou um casaco? Com certeza não terá a ver com a necessidade de me agasalhar do frio. Tem mais a ver com o contacto com as pessoas que o fazem, com a possibilidade de conviver com a cultura. Trago um casaco, mas trago muito mais que um casaco, trago uma cultura comigo.
Por parodoxo que pareça, somos mais solicitados, no “Portugal Tradicional”, por empresas especializadas em turísmo... as associações de desenvolvimento local ainda não viram o interesse desta rede para a sustentabilidade dos seus projectos. Parece que algumas Associações de Desenvolvimento Local têm algum pudor em assumir a dimensão económica, eu não tenho essa visão: a economia faz parte da nossa vida - descurar o factor económico no processo não permite a mudança - o que está no terreno tem de trazer mais valias económicas, ou as pessoas ficam permanentemente dependentes.
Começam a surgir novas oportunidades e novas olhares.
Por exemplo, em VALADARES, uma freguesia de S. Pedro do Sul. O presidente da Junta de Freguesia é técnico de turismo e assistiu ao processo de Covas do Monte e a tudo o que ele envolveu.
Em conjunto com o Centro Social de Valadares começámos a imaginar a constituição de uma cooperativa que organizasse a produção agrícola que ajude a estruturar os produtores e a organizar alguma produção local e que pressupõe a vertente turística na valorização e escoamento desses produtos. Logo que haja o mínimo de organização passa a ser um local do “Portugal Tradicional”
Outro exemplo, o de MACIEIRA DE ALCOBA: aqui o processo está mais adiantado. Existe um restaurante (cujo projecto se desenvolveu com apoio do Município) e algum alojamento de iniciativa privada. Em embrião está a ideia de a Associação Local dinamizar a reconstrução de moinhos de água e a transformação de um lago numa piscina natural.
Outra ideia que aí começa a ganhar consistência é a de conseguir os meios para fazer agricultura em terrenos que se encontram ao abandono. Para isso estão a contactar os seus proprietários no sentido de obter a sua cedência de utilização. Posteriormente os produtos serão de preferência consumidos no restaurante. Há também a ideia de alugar pequenas parcelas a quem pretender produzir alguns dos seus alimentos e fornecer os serviços necessários ao desenvolvimento dessas hortas aos seus locatários.
Como em todos os pequenos espaços a diversidade e a complementariedade são o suporte para a sustentabilidade.
Há sempre dois polos de intervenção: a rede que mobiliza os públicos, e o diálogo com quem está nos locais, ajudando a criar visibilidade, organizando os processos internos para que se transformem em mais valias, criando pontes entre o local e os seus públicos.
4- INTEREQUIPAS: ORGANIZANDO O PENSAMENTO ESTRATÉGICO
Durante todo o processo existiu um espaço fundamental que me permitiu questionar-me perante a diversidade: as reuniões inter-equipas do ICE . O ICE não é uma organização e homogénea é um espaço onde se discutem ideias e se reconstitui a estratégia. Um espaço de diversidade: onde cada um pode sentir “eu sou diferente e ainda bem”.
As reuniões inter-equipas provocam-me a sensação de desconforto/CONFRONTO, acordo/desacordo.
São enriquecedoras pela diversidade - pelo confronto – cresço eu próprio, desenvolvo a capacidade para argumentar as minhas ideias – e isso pressupõe um crescimento.
São espaços onde se organiza a reflexão sobre a prática, onde se argumenta a partir dela e se enforma a prática.
5 – DESAFIOS: ANTEVENDO FUTUROS
Não é por acaso que o meu símbolo é o moinho...
- é ver crescer um processo
- é ver o processo tornar-se sustentável pelas próprias pessoas
- ver um conjunto de pessoas no local a construir e a reconstruir-se
- é voltar a Covas do Monte como visita e ouvir as pessoas a falar dos seus lagares e dos seus projectos
- é cada vez conhecer mais processos e tentar percebe-los
Por que é que uns processos falharam e outros não?
Qual o ponto de viragem?
Vitor Andrade
Março 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

Mário Simões Dias [A] Violinista e Musicólogo (1903-1974)

Nota Biográfica
Mário Simões Dias nasceu em Coimbra em 1903, filho mais novo de Carlos Simões Dias de Figueiredo e de sua mulher Judite Simões Dias. O seu avô materno é o poeta José Simões Dias.
Perdeu a vista aos 11 anos, na sequela de uma meningite, o que não o impediu de ter uma vida intensamente activa.
Em Lisboa estudou violino com Francisco Benetó. Depois de alguns Concertos nessa cidade, em 1926 parte para Paris onde trabalha com Lucien Capet até à sua morte, em 1928. Dá concertos em Biarritz, Saint Jean de Luz e Paris (sala Pleyel), bem acolhidos pela crítica, mas regressa a Portugal em 1929 para fundar a «Academia de Música de Coimbra», projecto cujo arranque foi financiado por seu pai, e a cuja direcção técnica e artística, para além da docência de violino e outras disciplinas, dedicará a maior parte da sua vida.
Para além dessa actividade, teve intensa participação na vida musical na época e na divulgação da música, como confrencista, através de artigos em jornais e revistas, em programas radiofónicos e na promoção de concertos que levaram a Coimbra grandes artistas nacionais e internacionais, inicialmente através da «Sociedade de Concertos» criada com a fundação da Academia de Música e posteriormente através de outras Organizações, como o Círculo de Cultura Musical, de cuja delegação em Coimbra foi director.
Em 1968 foi para Lourenço Marques, acompanhando sua filha, genro e netos, com quem residia desde a morte de sua Mulher, em 1958, mantendo-se entretanto ligado à vida musical em Portugal por correspondência. Teve um programa regular de divulgação musical no Rádio Clube de Moçambique. Morreu nessa cidade em 1974.
Para além de três livros de poesia e dois de musicologia publicados, deixou numerosos escritos e poemas não publicados e uma vasta obra dispersa.
Fundação e desenvolvimento da Academia de Música de Coimbra / Instituto de Música de Coimbra
Sobre a fundação simultânea da Academia de Música de Coimbra e da Sociedade de Concertos, reporta-se às palavras de José Viana da Mota, à época Director do Conservatório Nacional de Música de Lisboa, a notícia deste evento:
“Pela pena do nosso Director e de vários escritores foi proposta e defendida a fundação de um Conservatório de Música em Coimbra. Ocasião houve em que tudo indicava a sua abertura para breve, mas todas as demarches falharam. Consola-nos porém a boa notícia que nos chega pela mão de um amigo. Coimbra já tem uma Academia de Música. Quem venceu tanta dificuldade? O nome da pessoa, ou pessoas que sem receio pelos encargos, tomou sôbre os ombros a vida da Academia? A Arte Peninsular, quer pô-los bem em evidência. O Dr. Carlos Simões Dias de Figueiredo, é quem dá o seu auxílio financeiro à nova Academia e um dos Directores da Sociedade de Concertos de Coimbra que funciona no mesmo edifício da Academia. A Direcção da nova escola foi confiada à inteligência do Dr. Manuel da Câmara Leite e de Mário Simões Dias. Da direcção da Sociedade de Concertos faz parte também, além dos nomes indicados, Victor Doria. (…) Pela nossa parte, felicitamos efusivamente os ilustres Directores que com auxílio dos competentes professores que escolheram para dirigir as várias cadeiras, realisarão uma obra digna do maior aplauso e dentro da máxima simpatia.”[B]
Na «Academia de Música de Coimbra» mais tarde (1933) Instituto de Música de Coimbra, leccionaram, entre outros, Pedro Prado, Arminda Correia, Macedo Pinto , Francine Benoit .
Fernando Lopes Graça, classificado em 1º lugar em concurso para as vagas de professor de piano e de solfejo do Conservatório Nacional de Lisboa em 1931, mas impedido de ocupar o lugar em funções públicas e preso por motivos políticos, aceita de boa vontade o convite para docente da Academia de Música que exerce de 1932 até 1936, ano em que é de novo detido[C]. Neste período consolida-se uma amizade com Mário Simões Dias que durará toda a vida. A Sonatina nº 2 para piano e violino de Lopes Graça (1931) é dedicada a Mário Simões Dias e a sua estreia, em Coimbra (1935), é interpretada por ambos.[D]
O ensino desta escola era oficializado, e todos os anos um Júri Constituído por professores do Conservatório Nacional se deslocavam a Coimbra para realizar os exames do curso geral. Os exames do curso superior eram feitos nos Conservatórios de Lisboa ou do Porto. Os diplomas conferidos pela Academia e mais tarde pelo Instituto eram assim equivalentes aos do Conservatório Nacional.
Divulgação musical e musicologia
Além da sua carreira como professor e concertista, não só nas salas de concertos mas também na Emissora Nacional (na época transmitidos em directo), exerceu actividade como crítico musical em jornais e revistas: foi colaborador regular na “Gazeta Musical e de Todas as Artes”[E] dirigida por João José Cochofel, assim como na página literária do comércio do Porto[F] e manteve durante mais de 20 anos (décadas de 50 e 60) um programa semanal na Emissora Nacional (2° canal). Em 70-74 manteve um programa de divulgação musical no Rádio Clube de Moçambique.
Na década de 60 teve a seu cargo a cadeira de Música Portuguesa nos “Cursos de Férias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra” [G].
A sua profunda cultura musical, a fluência e a clareza com que sabia
expor os assuntos que tratava, faziam dele um conferencista muito solicitado:
entre outras realizou palestras na Faculdade de Letras da Universidade
de Coimbra, na Casa de Inglaterra e nas Casa Alemã, estas com a
colaboração de Maria Helena de Sá e Costa nas ilustrações musicais.
Fez também uma série de conferências em vários pontos do país, organizadas pela Fundação Calouste Gulbenkian com a colaboração de João de Freitas Branco e Grazie e Vasco Barbosa. Dirigiu a delegação em Coimbra do Círculo de Cultura Musical.
Colaborou no “Dictionnaire de la Musique” dirigido por Marc
Honegger[H], director do Instituto de Musicologia da Universidade de Strasbourg, elaborando os artigos relativos à música portuguesa, e no Vol I, dedicado à música, da Enciclopédia Pêiade, dirigida por Rolland – Manuel (EDITORA ARCÁDIA,1965)[I]. Publicações:
POESIA:
* Outonos [J]
* Puríssima [K]
* Cântico das Urzes [L]
ENSAlOS:
* A Música Essa Desconhecida [M]
* Aspectos da Canção Popular Portuguesa[N]
[A] Referências gerais – Grande Enciclopédia Luso Brasileira e “The International who is who in music” , Who is Who in Music, Inc., 1951
[B] José Viana da Mota http://pt.wikipedia.org/wiki/Vianna_da_Motta “Homenagem do Conservatório Nacional de Música de Lisboa a Alexandre Rey Colaço” (caixa no fim do artigo), em “Arte Peninsular: revista mensal de arte”, Ano I, nº2 Abr/Mai de 1929, pag 64 {http://purl.pt/6485/4/ }
[C] Ver notas biográficas sobre Fernando Lopes Graça, por exemplo em “public art sound” http://www.public-art-sound.com/Guest/Lopes-Graca.html ou em https://woc.uc.pt/fluc/getFile.do?tipo=2&id=1018
[D] Centro de Informação de Música Portuguesa (http://www.mic.pt/ ) referência à Sonatina nº2 de Lopes Graça, informação detalhada (http://www.mic.pt/cimcp/port/apresentacao.html?/cimcp/dispatcher?where=0&what=2&show=0&pessoa_id=199&lang=PT )
[E] Rede Municipal de bibliotecas de Lisboa - Registo de 2 artigos em http://catalogolx.cm-lisboa.pt/ipac20/ipac.jsp?session=1254F30C506U5.191134&profile=rbml&uri=link=3100018~!246186~!3100024~!3100022&aspect=basic_search&menu=search&ri=2&source=~!rbml&term=Dias%2C+M.+Sim%C3%B5es&index=AUTHOR#focus Gog perante a música - AUTOR(ES): Dias, M. Simões IN: Gazeta musical e de todas as artes. - Lisboa. - S.2, a.10, n.111 (1960), p. 69. - S.2, a.10, n.111 (1960), p. 75 CDU: 78 ; A lição de Mahler AUTOR(ES): Dias, M. Simões IN: Gazeta musical e de todas as artes. - Lisboa. - S.2, a.10, n.112-113 (1960), p. 99
[F] Ref em:
AUTOR:BARRETO, COSTA (ORG.) TÍTULO: ESTRADA LARGA 2 ANTOLOGIA DO SUPLEMENTO "CULTURA E ARTE" DE "O COMERCIO DO PORTO" EDITORA PORTO CÓDIGO: 254911 NúMERO DE PáGINAS: 510
ANO DE EDIÇÃO: 1958 (Insere 2 artigos)
[G] O livro “Aspectos da canção popular portuguesa” é Edição do Curso de Férias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1952
[H] Saber o ano e edição (são muitas) – existe em bibliotecas …
[I] Referência em “Associação Portuguesa Amigos do Órgão” – biblioteca - http://www.apao.web.pt/historia/biblioteca/livros/temas/musica.htm
[J] Outonos / Mario Simões Dias, Coimbra, Coimbra Editora, 1921 ; Cota(s): AP 5855; 70 páginas
http://books.google.pt/books?id=zKKhGwAACAAJ&dq=m%C3%A1rio+%22Sim%C3%B5es+dias%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&num=100&as_brr=0
[K] Purissima / Mario Simões Dias. Coimbra : Coimbra Editora, 1923. Cota(s): AP 6147 [L] Cântico das urzes, bentinha da nossa Beira : novela em verso / por Mário Simões Dias. [S.l. : s.n., s.d.] ( Coimbra : : Oficinas Gráficas da Coimbra Editora, 1936). Cota(s): AP 4389 http://www.biblartepac.gulbenkian.pt/ipac20/ipac.jsp?aspect=basic_search&index=.GW&ipp=20&menu=search&npp=20&profile=ba&ri=&spp=20&term=cantico&x=1&y=1# [M] A música essa desconhecida / Mário Simões Dias. Coimbra : Centro Universitário, 1951.RS 437
http://books.google.pt/books?id=zKKhGwAACAAJ&dq=m%C3%A1rio+%22Sim%C3%B5es+dias%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&num=100&as_brr=0
[N] Aspectos da canção popular portuguesa / M. Simões Dias - Coimbra : Curso de Férias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1952
(http://www.bibliotecas.cm-amadora.pt/docbweb/plinkres.asp?Base=ISBD&Form=COMP&SearchTxt=CL+784.4(469)&StartRec=10&RecPag=5 )

segunda-feira, 15 de março de 2010

Atenção todos os benificiários do 0,5% do IRS

DIVULGUEM POR FAVOR
Atenção todos os benificiários do 0,5% do IRS
A Listagem das entidades que podem beneficiar da consignação de 0,5% do IRS de 2009 que consta no portal da finanças está incompleta
Se a vossa associação é beneficiária autorizada e não consta da lista devem ir com toda a urgencia reclamar nas finanças, sendo portadores da carta de autorização. Se não o fizerem, arriscam-se a que o erro não seja corrigido e podem perder o benefício
No link http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/apoio_contribuinte/ podem ver a listagem das associações beneficiárias publicitada pelas finanças
Já agora... se não têm nenhuma associação amiga autorizada a receber esta contribuição, escolham os meus amigos! (ICE - Instituto das Comunidades Educativas ) Para isso, No Anexo H - Quadro 9 (Consignação de 0,5% do Imposto Liquidado) - Campo 901 - insira o NIPC da ICE -instituto das comunidades Educativas: 502827564

quinta-feira, 11 de março de 2010

CONGRESSO DO ASSOCIATIVISMO E DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

quinta-feira, 11 de Março de 2010 Síntese da reunião promotora. Coimbra, 20/02/2010
I - CONSIDERAÇÕES GERAIS/PRESSUPOSTOS ORIENTADORES
1 - A proximidade do Congresso – faltam pouco mais de 9 meses para a sua realização – ditam a necessidade:
- de intensificarmos os esforços no sentido de assegurar uma ampla mobilização de associações e o seu envolvimento na reflexão sobre os desafios que se levantam à democracia participativa bem como sobre os próprios conceitos desta e do Associativismo;
- de nos debruçarmos, a partir de hoje, sobre a organização, logística e preparação do Congresso.
2 - Tendo em vista a mobilização de associações importa, desde logo, tornar claro o que se pretende com o Congresso e o que se quer que ele seja.
2.1 Nesta ordem de ideia recorda-se que o Congresso tem por propósito explícito uma reivindicação eminentemente politica (embora de todo não partidária). Concretamente, a de dar centralidade à Democracia Participativa … hoje com um papel periférico na sociedade portuguesa.
2.2 Também nesta ordem de ideias, se afirma que se pretende um Congresso que contribua … para a clarificação e formulação do que preocupa as associações e outras formas organizadas de Democracia Participativa … para a requalificação das associações, na perspectiva de uma efectiva assumpção do papel que lhes cabe na promoção e produção de cidadania … e para a elaboração de um “Caderno Reivindicativo” que confronte o Estado com a responsabilidade politica que possui na criação de condições para a sustentabilidade material da Democracia Participativa.
Desejando-se produção de conhecimento, não se quer um congresso científico. E desejando-se visibilidade do movimento associativo, não se quer que ele seja um espaço de mostra, à semelhança do que procuram ser as Manifestas.
2.3 Para que alcance os intentos referidos, torna-se essencial que o Congresso se organize de forma a garantir, por um lado, que os presentes participem activa e democraticamente na reflexão e, por outro que dele saiam linhas orientadoras para a acção posterior do movimento associativo, em ordem ao aprofundamento e à viabilização da Democracia Participativa. Nesse sentido deverá:
- Basear-se no funcionamento de grupos de reflexão que, numa lógica de tertúlias, debatam temas identificados previamente, (pela comissão promotora e pelas reuniões preparatórias que terão lugar nas várias regiões);
- Prever um momento plenário em que se socialize a reflexão dos grupos e se retirem conclusões/linhas de orientação para o futuro.
2.4 Sendo a diversidade dos sujeitos e das preocupações uma das riquezas do Congresso - e do processo que a ele conduz -, é no entanto, possível identificar, desde agora, quatro eixos de problematização a que o evento deverá responder. A saber:
- O contributo do associativismo para a coesão social ou, dito de outra forma, para o combate a todas as formas de exclusão,
- O que se entende por associativismo cidadão, o que pressupõe identificar os sujeitos chave no exercício da cidadania e os espaços onde esta se deve desenvolver;
- Quais as formas que deve assumir a sustentabilidade do movimento associativo e, mais genericamente, da Democracia Participativa;
- Que nova relação se tem de estabelecer entre a Democracia Participativa e a Democracia Representativa e, subsequentemente, a que reconfigurações deve esta obedecer para que faça eco da Democracia Participativa.
3. A mobilização para o movimento que confluirá no Congresso deve surgir como um processo de conscientização das associações nomeadamente quanto ao imperativo de dar centralidade à Democracia Participativa e de se tornarem elas próprias espaços de Cidadania.
Tal não nega que o contacto com as associações a mobilizar se oriente, num primeiro momento, para uma mera sensibilização. (Muitas associações acham-se fechadas sobre si próprias e sobre a crise que as atinge e não estão despertas para a pertinência de um movimento como este a que estamos a dar vida, carecendo por isso de um esclarecimento prévio).
Ao esforço de sensibilização das associações – através de contactos directos deverá no entanto seguir-se, a muito curto prazo, o de realização de momentos de reflexão e aprofundamento das problemáticas em aberto por recurso a encontros e tertúlias.
Para este efeito, será útil a reelaboração do documento inicial, e que vem vindo de base à explicitação do nosso pensamento, tornando mais evidente o propósito político que preside a este movimento e explicitando-se quer os quatro eixos de problematização a que o Congresso deve responder, quer a razão de ser da metodologia que se adopta para o seu funcionamento.
4. Desejando-se que o Congresso se traduza num sucesso de mobilizarão, importa, no entanto, ter consciência de que muitas associações – designadamente as que intervêm como meras prestadores de serviços ou como agências de programas estatais - se não identificam com os objectivos que este movimento prossegue, e que por isso não vão estar presentes.
… Em ultima analise não se pode perder de vista que um movimento desta natureza se desenvolve por vagas ou círculos.
II – MEDIDAS ORGANIZATIVAS
1.Tendo em vista uma maior eficácia ao nível das deliberações (evitando-se, nomeadamente, o “marcar passo” que implica a participação de associações que aderem pela primeira vez) decidiu-se estabilizar a Comissão Promotora que, em definitivo, será constituída pelas seguintes entidades:
a)Já confirmadas: ACERT ADCL ADRL ANIMAR AZUR GAF ICE KRISCER OLHO VIVO SOLIDARIEDADE IMIGRANTE.
b)Por reconfirmar: ADCMOURA AJD ASSOCIAÇÃO ZÉ AFONSO D’ORFEU PROACT c)a convidar : (Tendo em vista diversificar a composição em termos de públicos e de regiões) ACEP  CIVITAS ETNIA FED. PORTUG. DAS COLECTIVIDADES  GESTO IN LOCO MUDIS PASEC SOS RACISMO UMAR (e ainda uma associação do Nordeste Alentejano, outra da Beira Interior e uma terceira de Trás os Montes)
A Comissão Promotora surge como o rosto do movimento, cabendo-lhe: proceder a pontos de situação; pilotar a preparação do Congresso; interagir com os Poderes e representantes da Democracia Representativa; intervir junto dos média, etc.
Prevê-se a constituição de uma Comissão Organizadora mais restrita, que chame a si estas funções no intervalo das reuniões da Comissão Promotora.
2. Constituíram-se Grupos de Trabalho (GT) para a preparação e organização do Congresso. Por razões que têm a ver com uma maior facilidade de contacto e de encontro, os GT serão, salvo uma excepção, integrados por pessoas de uma mesma região. Assim:
2.1 G.T. - Programa do Congresso – É seu objecto a elaboração de um programa que contemple uma metodologia participativa de funcionamento do Congresso e identifique as problemáticas e temáticas debatidas pelas tertúlias e em Plenário. Integram este grupo (do Minho): Ana Paula Dias, Fernando Ilídio e Manuel Sarmento.
2.2 G.T. - Logística e Angariação de fundos - É seu objecto: a identificação e obtenção dos meios materiais necessários à realização do Congresso; a elaboração do orçamento previsível; e o esforço de obtenção de financiadores. Integram este grupo (da região centro): António Minhoto, Carmo Bica, Carlos Vieira, Marco Mendonça e Miguel Torres.
2.3 G.T. - Divulgação – É seu objecto publicitar o evento, animar a circulação de informação e gerir o blog. Integram este grupo (na sua quase totalidade pessoas da região centro): Ana Paula Dias, José João Rodrigues, Maria José Tovar, Paula Medeiros e Vítor Andrade.
Decidida, desde já, a convocação de uma conferência de imprensa, pela qual ficou responsável Carmo Bica
2.4 “Pensatório” – É seu objecto sistematizar o conhecimento produzido sobre as problemáticas que enformam o combate pela afirmação da Democracia Participativa e a requalificação/aprofundamento do movimento associativo, bem assim como a gestão e coordenação da elaboração do “Caderno Reivindicativo do Movimento Associativo”. Integram este grupo (é este o único constituído sem que se obedecesse a uma lógica de a proximidade territorial): António Cardoso Ferreira, Fernando Ilídio, João Silva, Manuel Sarmento e Rui d’Espiney.
III – NOTAS FINAIS
1. Regista-se o facto de se terem identificado 82 associações que participaram, até ao presente, neste processo (número na verdade superior se tivermos em conta as instituições que estiveram presentes em reuniões mas de que não se recolheu o nome e outras que manifestaram o seu desejo de aderir, embora ainda não hajam participado).
2. Desde a última promotora realizaram-se reuniões em Arraiolos, Mirandela, Setúbal e Viana do Castelo.
3. A próxima reunião, que terá lugar a 20 de Março em Coimbra, deverá orientar-se para a análise e aprovação do orçamento e do programa provisório.
Rui D'Espiney

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Seminário para o Associativismo III Associativismo e Democracia Participativa

ÁGUEDA 26-2-2010
Promovido pela D'Orfeu e Camara Municipal de Águeda
Orientadores :
Rui D'Espiney (ICE ) e Miguel Torres (ACERT) (dirigentes associativos de duas associações promotoras do Movimento pelo Associativismo e Democracia Participativa)
Participantes: 51 pessoas de cerca de 20 associações
O debate decorreu em torno de cinco questões chave:
O que se entende por democracia participativa?
Que relações entre a democracia participativa e democracia representativa?
O que é o Associativismo Cidadão?
Quando é que este é uma componente da democracia participativa?
Como promover a defesa da sustentabilidade económica do associativismo, enquanto condição necessária ao funcionamento da democracia como um todo ?
Ponto de partida para a reflexão:
As desigualdades que se manifestam na nossa sociedade, e o papel determinante que cabe às associações na inversão desta realidade:
As desigualdades entre os cidadãos: não se limitam a questões económicas, são também desigualdades no acesso ao exercício da cidadania do poder.
“O mais trágico da pobreza não é ao falta de teto ou comida é o resultado que produz na auto-estima das pessoas” (Madre Teresa de Calcutá) ... e desta auto-estima (auto-estigma) criada pela pobreza resulta a descrença da possibilidade/utilidade da participação.
As desigualdades entre os dois pilares da democracia, isto é, entre a democracia representativa e a democracia participativa : embora contempladas com dignidade igual na constituição, a primeira é financiada na propaganda, nos funcionários, nas actividades, nos eleitos... enquanto a segunda não é financiada de maneira nenhuma. Os próprio financiamento dos projectos, quando existe, exclui o funciona da associação que lhe dá vida... e as associações ainda têm de carregar o estigma da subsideodependencia. Será a democracia representativa considerada subsideodependente?
democracia participativa?
Democracia? É o poder partilhado. Democracia participativa ? O poder partilhado que se exerce ( enquanto a democracia representativa é o poder partilhado que se delega). As pessoas encontram-se em torno de incómodos, de desejos, de gostos, de projectos... democracia participativa: forma de poder em que pessoas ou grupos participam num objectivo partilhado, /e conseguem colocar na agenda pública assuntos ou questões que preocupam o grupo – de forma a influenciar decisãos políticas Combate às desigualdades do exercício de poder
Associativismo Cidadão?
associações enquanto escolas de cidadania: através do convívio entre gerações, do trabalho em grupo, em equipa... da partilha do sonho, do projecto... do respeito pelo outro, pelo da minha equipa ou pelo adversário... Como se desconstroi o perfil de “ser mandado”? Se temos capacidade para fazer coisas isso muda a nossa personalidade... a maioria dos dirigentes associativos de hoje formou-se como cidadão participativo no seu percurso associativo desde criança ou jovem. Enquanto escolas de cidadania as Associações são, a longo prazo, factor de coesão social .
relação entre associação e população: necessidade de informalizar;clareza de objectivos visibilidade dos mesmos para o público/transparencia/abertura do espaço público/ousar transmitir ideias novas A relação é mútua: há a participação que a associação que provoca na comunidade X mas também a comunidade gera participação na associação. Pedagogia da escuta.
Quando é que o Associativismo Cidadão é Democracia Participativa?
È necessário transcender os seus limites locais...colocar na agenda pública os temas do grupo – influenciar decisãos políticas É necessário descobrir os novos espaços/ ferramentas de expressão de cidadania Construir redes... Um projecto para a cidade?para a região? Causas partilhadas/Visibilidade Partilhar poder pressupõe prescindir de uma parte do meu poder para dar os outros, e construir o meu poder em função do poder do outro.Ao promover a associação do Outro promovemos a nossa; e necessário compreender que poder partilhado é poder fortalecido. As associações são formas organizados de democra participativa quando são elas próprias de espaços de aprendizagem/ construção de cidadania. E também promotoras de cidadania. Quando assumem a preocupação, a batalha, da formação cidadã -do cidadão que participa, intervem, que se sente incomodado com as injustiças e é capaz de se projectar para o futuro na construção de futuros alternativos.
democracia participativa e democracia representativa?
Como é que a democracia representativa e participativa se podem articular dentro de uma associação? A assembleia geral como espaço de participação é suficiente? A participação mais activa é bem vista? Necessidade de eliminar a hierquização na capacidade de transmitir ideias novas... A historia do associativismo é a história da construção de cidadãos... a democracia representativa tem de espelhar esta nova pratica de poder dos novos cidadaos.
E não esquecer:
Que este Workshop se insere no Movimento do Associativismo e Democracia Participativa...
Que já aderiram mais de 100 associações
Que se prevê a realização de um Congresso em Novembro 2010
Que se pretende dignificar /requalificar /fazer reconhecer o
papel do Associativismo na construção de cidadão participativos/factor de coesão social Que se pretende dignificar /requalificar /fazer reconhecer a Democracia Participativa enquanto sustetáculo da Democracia, a par com a Democracia Representativa.
Que se apresentará um Caderno Revindicativo.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Zetovarinho: Zetovarinho: III Seminário para o Associativismo: Associativismo e Democracia Participativa - ÁGUEDA

Zetovarinho: Zetovarinho: III Seminário para o Associativismo: Associativismo e Democracia Participativa - ÁGUEDA

Zetovarinho: III Seminário para o Associativismo: Associativismo e Democracia Participativa - ÁGUEDA

Zetovarinho: III Seminário para o Associativismo: Associativismo e Democracia Participativa - ÁGUEDA http://pachadrom.blogspot.com/2009/07/o-formulario-a39.html

Construção de um Pensamento Estratégico (síntese elaborada pelo Rui D'Espiney)

SINTESE DA INTEREQUIPAS DE AZARUJA
“Para a Construção de Um Pensamento Estratégico”
17 e 18 de Julho de 2009
(versão curta)
1.Em retiro, num agradável e acolhedor hotel rural situado em Azaruja, realizou-se, mais uma Interequipas em que participaram, como habitualmente colaboradores do ICE, técnicos de autarquias e de associações de desenvolvimento, profissionais de saúde, professores e animadores de projectos provenientes de vários pontos do país.
A lotação das instalações ditou que não se pudessem ir além dos 40 participantes.
2.Em cada um dos dois dias em que decorreu o Encontro debateu-se um tema:
- O exercício da cidadania em tempos de autocracismo e de burocratismo das instituições;
- A construção de um pensamento estratégico para a intervenção em bairros periféricos urbanos (em contra ponto ou continuidade com a intervenção em meio rural destruturado).
3.Duas experiências trazidas por convidados induziram a problematização de cada um dos temas
Em relação ao primeiro tema serviram de mote:
- O trabalho de consciencialização politica desenvolvido na Alemanha designadamente no âmbito da educação, descrito por Christian Ernst da associação Zeitpfeil;
- Uma reflexão sobre a tendência para o agencialismo de muitas associações e o contra ponto que pode constituir o lançamento de um movimento em torno da afirmação da Democracia Participativa, feita por Carmo Bica, da ADRL.
Em relação ao segundo tema:
- Irene Santos falou da interacção com comunidades/angolanas e cabo-verdianas levada a cabo pelo Moinho da Juventude no Bairro da Cova da Moura, dando conta do esforço realizado em ordem à reconstrução das suas identidades.
- Mirna Montenegro referiu-se à sua experiência de trabalho com comunidades e bairros periféricos, apresentando algumas estratégias que considera pertinentes (desocultação deliders, criação de redes nomeadamente para o combate ao fechamento das instituições, etc).
4.O aprofundamento do primeiro tema, realizado em grupo, traduziu-se numa grande diversidade de considerações de que se destacam, entre outras que se poderiam enumerar:
- A tónica a pôr na politica, enquanto expressão do nosso sentimento de incomodidade perante as injustiças;
- A importância de se criarem e multiplicarem espaços de debate e reflexão que ajudem as pessoas (os profissionais) a vencer medos e a produzir estratégias;
- O imperativo de se recorrer a uma multiplicidade de metodologias e estratégias para se conseguir implicar as pessoas (pedagogia do superavit, fazer do obstáculo um recurso, etc.);
- A necessidade de se reforçar a capacidade argumentativa no confronto com as instituições.
Em aberto ficaram várias questões de que sobressai, talvez, a formulada em torno da preocupação de se assegurar a continuidade dos processos quanto os projectos chegam ao seu termo, por força do fim dos respectivos financiamento.
5. Da reflexão produzida pelos grupos retiraram-se, em plenário, algumas conclusões/recomendações:
- A importância de se investir na organização e mobilização dos que incomodam;
- A necessidade de tecer redes Interpessoais nos interstícios das instituições,
- A obrigatoriedade de se trabalhar a promoção da cidadania também em relação a nós próprios e não apenas em intenção aos públicos a que nos dirigimos.
- O imperativo de se resistir à “formatação A4”, expressão usada para caracterizar o peso da burocracia traduzido pelos financiamentos e que entrava a acção dos intervenientes.
6.O aprofundamento do segundo tema, também realizado em grupo, conduziu a um conjunto de questionamento e/ou linhas estratégicas de acção que se organizaram em torno de itens propostos em Plenário; no inicio da reflexão, sob a forma de desafios feitos por Rui d’Espiney.
A saber:
Características das Periferias Urbanas
- Não há uma característica, há muitas variantes. Só no terreno é que caracterizamos o local, e mesmo assim não é uma fotografia estática, devemos perceber dinâmicas, códigos e evolução. O mosaico intercultural pode servir de ponto de partida;
- Existência de várias exclusões;
- Não está em causa a localização geográfica mas a exclusão;
- Relações de vizinhança fortes sublinhadas na relação com o exterior;
- As relações de poder internas vêm da necessidade de afirmar o grupo de pertença.
Obstáculos
- Os caciques (quem se mobiliza, “quem representa”) que vêem o exterior como ameaça;
- As políticas de financiamento;
- Olhar a partir das nossas próprias referências;
- Falta de projectos de vida. É obstáculo mas pode ter potencial uma vez que daí se pode partir para uma intervenção;
- Metodologia do “penso rápido” (resposta ao imediato); - Obstáculos relacionados com a articulação dos vários intervenientes e os seus vários mandatos e quadros de referencia.
O Que Pretendemos?
- Qualificação
- Capacitação
- Autonomização
- Emancipação
Perfil do Animador
(sem filhos, não dorme, não come, toma várias caixas de prozac )
- Adquirir confiança;
- Saber Identificar mediador/descodificador de código interno e externo;
- Saber colocar-se ao dispor do outro;
- Deixar-se mudar sem se deixar assimilar;
- Autenticidade na relação;
- Gerir expectativas para não defraudar;
- Gerir eventuais dependências;
- Encarar o outro como emancipado e não como aquele que pretendemos antecipar;
- Partir da sua singularidade;
- “Invententorismo”;
- Abertos à diferença/valorizar potenciais;
- Ser apaixonado/contaminante;
- Descodificar relações de poder e geri-las;
- Conhecer as culturas e fazê-las afirmarem-se e desenvolver;
Estratégias
- Os processos tem de ser construídos com as pessoas;
- Navegação à vista – consoante os tempos e os imprevistos;
- Associativismo.
7.A reflexão dos grupos fechou-se com uma devolução realizada por Fernando Ilídio que, para além de relevar a sua riqueza, terminou alertando para a necessidade de se evitar paternalismos na intervenção, de se dar protagonismo às crianças, de se contrapor, a um pensamento dicotómico, um pensamento reticular.
8. A terminar definiram-se três linhas de pensamento que Rui d’Espiney retirou da reflexão produzida pela Interequipas
1 - Assumir a necessidade de pôr a política no centro das preocupações (cidadania política);
2 - Nova afirmação da democracia participativa;
3 - Trabalharmos para a centralidade do periférico (tratar o outro como emancipado – olhar o periférico como um cadinho de projectos próprios a serem desenvolvidos).
9. O Encontro foi apoiado pela Fundação Ebert que esteve presente através do seu representante em Portugal Reinhard Naumann, o qual nas intervenções que fez na abertura e encerramento, sublinhou a importância de iniciativas como as que o ICE realiza orientadas para a emancipação das pessoas e para a promoção da autonomia no seio das instituições no quadro de uma sociedade civil que se mostra frágil.

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