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domingo, 1 de agosto de 2010

ICE INTEREQUIPAS 17 e 18 de Julho 2010

como não tinha onde ligar o computador, os apontamentos saíram figurados... para conteúdos mais substanciais temos de esperar pelos apontamentos da Lígia

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Construção de um Pensamento Estratégico (síntese elaborada pelo Rui D'Espiney)

SINTESE DA INTEREQUIPAS DE AZARUJA
“Para a Construção de Um Pensamento Estratégico”
17 e 18 de Julho de 2009
(versão curta)
1.Em retiro, num agradável e acolhedor hotel rural situado em Azaruja, realizou-se, mais uma Interequipas em que participaram, como habitualmente colaboradores do ICE, técnicos de autarquias e de associações de desenvolvimento, profissionais de saúde, professores e animadores de projectos provenientes de vários pontos do país.
A lotação das instalações ditou que não se pudessem ir além dos 40 participantes.
2.Em cada um dos dois dias em que decorreu o Encontro debateu-se um tema:
- O exercício da cidadania em tempos de autocracismo e de burocratismo das instituições;
- A construção de um pensamento estratégico para a intervenção em bairros periféricos urbanos (em contra ponto ou continuidade com a intervenção em meio rural destruturado).
3.Duas experiências trazidas por convidados induziram a problematização de cada um dos temas
Em relação ao primeiro tema serviram de mote:
- O trabalho de consciencialização politica desenvolvido na Alemanha designadamente no âmbito da educação, descrito por Christian Ernst da associação Zeitpfeil;
- Uma reflexão sobre a tendência para o agencialismo de muitas associações e o contra ponto que pode constituir o lançamento de um movimento em torno da afirmação da Democracia Participativa, feita por Carmo Bica, da ADRL.
Em relação ao segundo tema:
- Irene Santos falou da interacção com comunidades/angolanas e cabo-verdianas levada a cabo pelo Moinho da Juventude no Bairro da Cova da Moura, dando conta do esforço realizado em ordem à reconstrução das suas identidades.
- Mirna Montenegro referiu-se à sua experiência de trabalho com comunidades e bairros periféricos, apresentando algumas estratégias que considera pertinentes (desocultação deliders, criação de redes nomeadamente para o combate ao fechamento das instituições, etc).
4.O aprofundamento do primeiro tema, realizado em grupo, traduziu-se numa grande diversidade de considerações de que se destacam, entre outras que se poderiam enumerar:
- A tónica a pôr na politica, enquanto expressão do nosso sentimento de incomodidade perante as injustiças;
- A importância de se criarem e multiplicarem espaços de debate e reflexão que ajudem as pessoas (os profissionais) a vencer medos e a produzir estratégias;
- O imperativo de se recorrer a uma multiplicidade de metodologias e estratégias para se conseguir implicar as pessoas (pedagogia do superavit, fazer do obstáculo um recurso, etc.);
- A necessidade de se reforçar a capacidade argumentativa no confronto com as instituições.
Em aberto ficaram várias questões de que sobressai, talvez, a formulada em torno da preocupação de se assegurar a continuidade dos processos quanto os projectos chegam ao seu termo, por força do fim dos respectivos financiamento.
5. Da reflexão produzida pelos grupos retiraram-se, em plenário, algumas conclusões/recomendações:
- A importância de se investir na organização e mobilização dos que incomodam;
- A necessidade de tecer redes Interpessoais nos interstícios das instituições,
- A obrigatoriedade de se trabalhar a promoção da cidadania também em relação a nós próprios e não apenas em intenção aos públicos a que nos dirigimos.
- O imperativo de se resistir à “formatação A4”, expressão usada para caracterizar o peso da burocracia traduzido pelos financiamentos e que entrava a acção dos intervenientes.
6.O aprofundamento do segundo tema, também realizado em grupo, conduziu a um conjunto de questionamento e/ou linhas estratégicas de acção que se organizaram em torno de itens propostos em Plenário; no inicio da reflexão, sob a forma de desafios feitos por Rui d’Espiney.
A saber:
Características das Periferias Urbanas
- Não há uma característica, há muitas variantes. Só no terreno é que caracterizamos o local, e mesmo assim não é uma fotografia estática, devemos perceber dinâmicas, códigos e evolução. O mosaico intercultural pode servir de ponto de partida;
- Existência de várias exclusões;
- Não está em causa a localização geográfica mas a exclusão;
- Relações de vizinhança fortes sublinhadas na relação com o exterior;
- As relações de poder internas vêm da necessidade de afirmar o grupo de pertença.
Obstáculos
- Os caciques (quem se mobiliza, “quem representa”) que vêem o exterior como ameaça;
- As políticas de financiamento;
- Olhar a partir das nossas próprias referências;
- Falta de projectos de vida. É obstáculo mas pode ter potencial uma vez que daí se pode partir para uma intervenção;
- Metodologia do “penso rápido” (resposta ao imediato); - Obstáculos relacionados com a articulação dos vários intervenientes e os seus vários mandatos e quadros de referencia.
O Que Pretendemos?
- Qualificação
- Capacitação
- Autonomização
- Emancipação
Perfil do Animador
(sem filhos, não dorme, não come, toma várias caixas de prozac )
- Adquirir confiança;
- Saber Identificar mediador/descodificador de código interno e externo;
- Saber colocar-se ao dispor do outro;
- Deixar-se mudar sem se deixar assimilar;
- Autenticidade na relação;
- Gerir expectativas para não defraudar;
- Gerir eventuais dependências;
- Encarar o outro como emancipado e não como aquele que pretendemos antecipar;
- Partir da sua singularidade;
- “Invententorismo”;
- Abertos à diferença/valorizar potenciais;
- Ser apaixonado/contaminante;
- Descodificar relações de poder e geri-las;
- Conhecer as culturas e fazê-las afirmarem-se e desenvolver;
Estratégias
- Os processos tem de ser construídos com as pessoas;
- Navegação à vista – consoante os tempos e os imprevistos;
- Associativismo.
7.A reflexão dos grupos fechou-se com uma devolução realizada por Fernando Ilídio que, para além de relevar a sua riqueza, terminou alertando para a necessidade de se evitar paternalismos na intervenção, de se dar protagonismo às crianças, de se contrapor, a um pensamento dicotómico, um pensamento reticular.
8. A terminar definiram-se três linhas de pensamento que Rui d’Espiney retirou da reflexão produzida pela Interequipas
1 - Assumir a necessidade de pôr a política no centro das preocupações (cidadania política);
2 - Nova afirmação da democracia participativa;
3 - Trabalharmos para a centralidade do periférico (tratar o outro como emancipado – olhar o periférico como um cadinho de projectos próprios a serem desenvolvidos).
9. O Encontro foi apoiado pela Fundação Ebert que esteve presente através do seu representante em Portugal Reinhard Naumann, o qual nas intervenções que fez na abertura e encerramento, sublinhou a importância de iniciativas como as que o ICE realiza orientadas para a emancipação das pessoas e para a promoção da autonomia no seio das instituições no quadro de uma sociedade civil que se mostra frágil.

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