sexta-feira, 14 de maio de 2010

Associativismo e cidadania em debate

13 de Maio de 2010 gazetadabeira@sapo.pt
G A Z E T A D A B E I R A
S. PEDRO DO SUL . VOUZELA . OLIVEIRA DE FRADES . CASTRO DAIRE . VISEU
Maria do Carmo Bica
Em que medida o associativismo contribui para o aprofundamento da democracia? Foi este o tema do debate transmitido pela VFM no passado dia 30 de Abril, promovido em parceria com a Gazeta da Beira e a Rádio Lafões. Participaram os dirigentes associativos Ângela Guimarães, da ARCA, Mário Almeida, do Cénico Grupo de Teatro Popular, Joaquim Mendes, do Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira, Carlos Vieira, da associação Olho Vivo, Luís Costa, da Binaural e Rui d’Espiney, do Instituto das Comunidades Educativas. O moderador foi Arsénio Saraiva Martins, da VFM. Vários temas foram abordados, nomeadamente a questão da democracia participativa. Neste aspecto, houve consenso em torno das ideias defendidas por Rui d’ Espiney, que defendeu não haver democracia plena sem democracia participativa e considerou que democracia representativa e democracia participativa são os dois pilares da democracia plena. Rui d’ Espiney referiu ainda que o Estado não trata de igual forma os dois pilares da democracia e dá condições de funcionamento, incluindo financiamento, para a democracia representativa e nenhum apoio à democracia participativa, nomeadamente através das associações entendidas como forma organizada de democracia participativa. Defendeu ainda a viabilização do movimento associativo como contributo para a viabilização da democracia participativa. A falta de tempo, provocada pelo excesso de solicitações na vida profissional e familiar, foi considerada como uma das causas para uma certa crisede participação no movimento associativo, que não tem conseguido renovar os seus quadros. “A proximidade é a força do movimento associativo” referiu Luís Costa. Para este dirigente, verifica-se um certo desvirtuamento nas actividades das associações por causa dos financiamentos serem demasiado formatados. Defendeu ainda que a globalização cria novas oportunidades para o movimento associativo, na medida em que as novas tecnologias do conhecimento e da informação favorecem a criação de redes a nível global. Ângela Guimarães referiu que, em Lafões, ainda se nota uma posição de servilismo perante o poder por parte de muitos dirigentes associativos. Ficou também o registo de que se assiste a uma mudança qualitativa no tipo de propostas, o que está a contribuir para mobilizar as pessoas e que a construção de solidariedades é importante para resolver os problemas. Todos/as os/as participantes se assumiram como activistas políticos nos partidos políticos em que militam e nas estruturas da democracia representativa para que foram eleitos. Quase todos/as são deputados/as municipais, mas têm também uma forte participação política ao nível do movimento associativo. Todos afirmaram conseguir distinguir muito bem a sua militância partidária da sua militância associativa, não subjugando o movimento associativo aos interesses do seu partido. O debate foi também ocasião para divulgar o I Congresso do Associativismo e da Democracia participativa que vai decorrer em Palmela nos dias 13 e 14 de Novembro de 2010.

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