sábado, 13 de setembro de 2008

Covas do Monte (segundo o projecto criar raizes)

Aldeias Serranas A aldeia, pertencente à freguesia de Covas do Rio, fica encravada num vale da Serra de São Macário a uma altitude de 450 m. À sua volta fica uma imensa montanha de xisto, manchada de verde das giestas e do mato, aqui e ali salpicada por algumas manchas de pinheiro e alguns, poucos, eucaliptos. Olhando no prolongamento do vale são visíveis os campos férteis e verdejantes. Ali perto, o Portal do Inferno espreita... Apenas nos anos oitenta do século passado se abriu a estrada e o alcatrão chegou mais tarde. Dali não segue para mais lado nenhum. Mas por estrada florestal pode-se desfrutar de um belo passeio até Covas do Rio, passando por Serraco. É constituída na sua maioria por construções de xisto, incluindo o telhado que é feito por placas desta mesma rocha (lousa). Dispostas por ruas sinuosas, por norma, as casas têm um piso térreo onde se abrigam os animais e as alfaias agrícolas e um primeiro andar para habitação. Aqui vivem 58 pessoas que têm na pastorícia a sua principal fonte de rendimento. As cerca de 2100 cabras sobem, diariamente, num espectáculo inusitado e surpreendente, as várias encostas, e, para as guardar, os habitantes organizaram “parceiradas” em que se revezam, à vez e de forma comunitária, na guarda do gado (progreiro). No prolongamento do vale ficam situadas as “Terras do Pão”. São terrenos férteis e com abundância de água que escorre da serra por alguns ribeiros que no estio é utilizada e distribuída pelos campos através de um regadio tradicional. É também essa água que dá força para fazer andar as mós, nos seculares moinhos de água, onde se procede à moagem dos cereais para se fazer a broa. Existiam na aldeia, antigamente, três lagares de azeite, dos quais um, o comunitário, encontra-se neste momento em recuperação. O Restaurante da Associação dos Amigos de Covas do Monte, resultante da recuperação de uma antiga escola primária, merece uma visita atenta, podendo deliciar-se com algumas das especialidades regionais, como os rojões ou o cabrito e a vitela assada.

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Etiquetas